CAMPANHA NACIONAL 2016: Debate de pendências marca primeira rodada de negociações com a Caixa



A primeira rodada de negociação da pauta de reivindicações específicas dos empregados com a Caixa Econômica Federal foi marcada pela discussão de pendências da campanha passada e da mesa permanente, sem avanços significativos.

Segundo o diretor do Sindicato Wandeir Severo, membro da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), só na próxima mesa é que vão entrar em pauta os “temas novos” da minuta da Campanha 2016. 

O dirigente sindical não poupou críticas aos representantes do banco. “A postura da Caixa continua tão ruim como foi a do ano passado, de forma que somente com muita mobilização é que devemos conseguir arrancar avanços na mesa de 2016”, resumiu Wandeir. A próxima rodada está agendada para o dia 24.

Entre outros pontos, estiveram em discussão Saúde Caixa, Sipon, extensão da licença-paternidade, mais contratações, reestruturações e Funcef.

Saúde Caixa

A CEE voltou a cobrar a implementação do que foi acordado sobre o uso do superávit do plano de saúde, com o devido aporte por parte da Caixa. Os empregados querem a redução da coparticipação de 20% para 15%. Também foi levantada a questão do adiantamento odontológico. 

O banco, porém, insistiu em manter a cobertura como está. Os bancários solicitaram ainda que seja implantado o Grupo de Trabalho previsto para resolver esses assuntos.

Login único

Os bancários reivindicaram que o Sipon não seja utilizado como ferramenta de gestão, não sendo forçada a "hora extra negativa" e que toda hora extra seja paga.

Os representantes da Caixa informaram que o início dos estudos previstos sobre o assunto será no primeiro semestre de 2017 e que apenas levantamentos preliminares de integração de sistemas foram feitos, frustrando os trabalhadores.

Quando questionada em que ambiente tecnológico os levantamentos preliminares têm sido feitos, a Caixa não deu resposta.

Extensão da licença-paternidade

Cobrado sobre a implantação dessa importante conquista para os trabalhadores, o departamento jurídico da Caixa frisou a amarra da nova lei ao benefício fiscal e que a instituição aguardará a entrada em vigor deste benefício, prevista para janeiro de 2017. Enquanto isso, a UniCaixa prepara o curso de paternidade responsável.

A Comissão Executiva afirmou que vai insistir na extensão da licença de imediato, visto haver todas as condições para isso.

PAA e contratações

Um dos principais problemas enfrentados pelos empregados, o déficit de pessoal também esteve em pauta. A preocupação é ainda maior por conta do PAA (Plano de Aposentadoria Antecipada).  

A Caixa afirmou que 601 empregados fizeram a adesão na última edição do plano, sendo 293 mulheres e 308 homens. Há ainda mais 25 com pendências no INSS. Somadas as duas edições do PAA, foram mais de 2 mil desligamentos, sem reposição. 

Sobre as contratações, o banco jogou um balde de água fria nos representantes dos trabalhadores, ao afirmar que elas não estão ocorrendo, que não há intenção de contratar e que não existe previsão de novas convocações para este ano. A Caixa disse apenas que está estudando a equalização da força de trabalho e a quantidade de pessoas em cada unidade.

Reestruturação

Foram citados os diversos casos absurdos que estão acontecendo em todo o país de perda de funções e de transferências arbitrárias por causa do processo de reestruturação. A Caixa foi cobrada sobre o que mais está fazendo no que se refere ao processo, já que havia afirmado que o suspenderia, mas ele continua acontecendo e se acentuando.   

De acordo com a Caixa, a única reestruturação implementada foi na Girec, na Giris e na área de pessoas, e que já acabou. O banco diz que a reestruturação está suspensa - os gestores, todavia, têm autonomia para “melhorar os processos” e a área de gestão de pessoas dá o apoio necessário. Assim, as "melhorias de processos e as modelagens continuam", mas não são tratadas como reestruturação pela Caixa.

Questionada sobre se qualquer gestor agora pode fazer reestruturação por conta própria, a empresa disse que irá verificar o que está acontecendo, via Geper.

Os bancários questionaram ainda se a Caixa vai formalizar a alegada suspensão da reestruturação. O banco ficou sem resposta e afirmou somente que vale a palavra do presidente, Gilberto Occhi.

Giret, Reret, caixas

A Caixa não deu respostas às denúncias de desvios de função, transferências arbitrárias e insegurança dos empregados dessas áreas.

Agências digitais

Os cinco projetos-pilotos de agências digitais da Caixa não avançaram. Encontraram dificuldades de evolução da tecnologia, sendo reduzidos para apenas um, no sul do Estado de Goiás, que está sendo chamado de pré-piloto e não está operando em escala com clientes.

Para a CEE, o projeto não avançou porque há falta de funcionários, tanto nas unidades de ponta quanto nas áreas de TI.

Melhor taxa de consignação para empregados

Os bancários questionaram por que a empresa não aplica a menor taxa de juros para empréstimo consignado aos seus empregados. O banco se mostrou "surpreso" ao ser informado que não a pratica.

A alegação foi de que a cláusula sobre o assunto trata apenas de isenção no cartão de crédito, taxa de crot e de tarifas em conta corrente. A CEE ressaltou, contudo, que, apesar de não constar no acordo coletivo de trabalho, o item ficou consignado em ata. A Caixa ficou de verificar e responder na próxima negociação.

Participação dos sindicatos nas Sipats

Os trabalhadores reclamaram que os sindicatos em geral não são convidados a participar da Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Sipat), principalmente da elaboração, que é o que interessa. Os empregados liberados sequer podem participar da pesquisa de tema que antecede a realização do evento. Apenas algumas Gipes interagem com os sindicatos, mas não há uma "padronização" nisso.

A Caixa afirmou que orientou as Gipes a convidarem os sindicatos a participarem da elaboração das Sipats. Disse ainda que já realizou a pesquisa entre os empregados para a escolha do tema e que a semana se inicia no próximo dia 29.

A instituição se comprometeu a reforçar a orientação da prática de parceria com as entidades sindicais.

Funcef

A CEE cobrou a criação o Grupo de Trabalho que foi acordada com a Caixa com a participação de representantes do banco, da Funcef e dos empregados. A condição da participação da Funcef foi exigência feita pela própria Caixa e que ela mesma não viabilizou. 

Da Redação

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