Sabatina para nova presidência do BRB não dissolve dúvidas

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Publicado em Quinta, 01 Novembro 2012 19:12
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Conforme o Sindicato dos Bancários de Brasília já se posicionou na primeira hora do anúncio da demissão de Jacques Pena da presidência do BRB, a segunda troca em menos de dois anos, permanece acesa a pergunta ao governador Agnelo Queiroz: Por quê? Quais as razões? Qual a motivação administrativa e técnica? Houve alguma falha na gestão?

Para quem entende o mínimo de mercado financeiro, do sistema bancário e da história e posição atual do Banco de Brasília, do compromisso, do profissionalismo e das lutas do seu corpo de funcionários, essas perguntas só aumentaram de grau diante da sabatina do presidente indicado, Abdon Henrique, realizada pela Comissão de Economia, Orçamento e Finanças (CEOF) da Câmara Legislativa do Distrito Federal na quarta-feira (31).

Após a sabatina, o nome de Abdon Henrique foi aprovado pelo plenário da Comissão. No entanto, para ser sacramentado como presidente do BRB, a indicação ainda precisa ser deliberada pelo plenário da Câmara Legislativa e pelo Banco Central.

Durante a sabatina, acompanhada de perto pelos dirigentes sindicais bancários, ficou visível a falta de substância das respostas do indicado. “Em geral, lacônicas, no máximo alcançando o nível da generalidade, passando por critérios técnicos, tais como: amigo do governador, dos deputados distritais, homem de trabalho e boa fé, disposto a aprender, não vai dar aula de finanças, mas seu histórico de empresário comerciante o credenciaria a honrar a responsabilidade delegada pelo amigo governador”, comenta o diretor do Sindicato, André Nepomuceno, que acompanhou a audiência pública da CEOF. “Aliás, é de estranhar muito a ausência de currículo detalhado na mensagem enviada pelo governo à Comissão”, acrescentou o dirigente sindical, que também é bancário do BRB.

Atenção, deputados

O Sindicato, mas não só o Sindicato, não viu ainda pontos minimamente suficientes para cumprir com o requisito de um corpo dirigente com base técnica e profissional.

“Por isso, alerta para o conjunto de deputados, que não analisaram a indicação nesta quarta (31) mesmo por falta de quórum, que prestem atenção cuidadosa nos pressupostos de Abdon Henrique para o cargo, comparem com as sabatinas anteriores e os conteúdos e domínio expressados pelos então candidatos à liderança do banco, e não negligenciem a sua tarefa de zelar pela melhor administração, visando os mais altos interesses da instituição e de sua função pública”, destaca o secretário de Estudos Socioeconômicos do Sindicato, Antonio Eustáquio, que também é bancário do BRB.

Pelo porte e pela importância que tem como instituição pública de fomento ao desenvolvimento, o BRB não é lugar para testes e aprendizes. Seguindo esse raciocínio, uma pergunta fica no ar: o governador, que é médico, daria um hospital para qualquer pessoa sem experiência em administrar?

Sindicato exige compromissos

Em nota distribuída aos parlamentares, funcionários do banco e assessores que acompanharam a sabatina, o Sindicato dos Bancários de Brasília exige de quem vier a ser presidente do BRB, além de capacidade técnica e política, compromisso com a transparência, a lisura e a ética.

No texto, os dirigentes sindicais afirmam que um banco se insere em um dos mais concorridos mercados em nossa economia. “Sendo assim, qualquer deslize que coloque em xeque sua capacidade de gerar caixa, honrar compromissos e disponibilizar produtos diferenciados pode ser fatal para sua sobrevivência”, diz a nota.

O Sindicato está vigilante, entende que mais essa descontinuidade administrativa, considerada ainda a forma açodada como foi comunicada pelo governador, é negativa, quebra a cadeia de ações que vinha sendo positiva na empresa e levanta muita dúvida.

Junto aos funcionários e a todos os atores que têm a responsabilidade de primar por uma gestão profissional e ética, ainda mais diante do contexto de mercado e de gestão financeira, o Sindicato envidará todos os esforços para que se entenda que o BRB não precisa de ‘curingas’ amigos do governador para fazer a experiência de administrar.

O Sindicato continua a solicitar explicações e a acompanhar rigorosamente as próximas medidas, como sempre fez, independentemente dos mais diversos governos e gestões.

Fonte: Seeb Brasília