Até quando os funcionários e clientes vão pagar com a vida pelo descaso com a segurança nos bancos, que, ao invés de abrirem novas agências, empurram seus clientes para os correspondentes bancários? Essa pergunta foi feita mais de uma vez após a morte de um funcionário na lotérica da Caixa em Luziânia, Entorno do DF, que foi agredido e morreu após levar um tiro durante a tentativa de assalto na última sexta-feira (11).
A lotérica tem grande movimentação de dinheiro, mas não conta com vigilância, nem portas detectoras de metais, que impedem a entrada de objetos como armas de fogo. Essa falta de segurança nas lotéricas não cansa de ser denunciada pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e pelo Sintraf-Ride, que cobram mais segurança de todos os bancos nas mesas de negociações e incluem a reivindicação nas campanhas da categoria.
"Os bancos compõem o setor que mais lucra no país. Conseguem isso graças à exploração dos trabalhadores e à subcontratação de serviços de terceiros. Não se importam com a qualidade dos serviços oferecidos à população, muito menos com a vida dos trabalhadores e dos clientes. Só agem pensando nos lucros. Vamos seguir no combate a esse processo de transferência de serviços a subcontratados tão prejudicial à sociedade e à qualidade de vida dos trabalhadores", afirma Clever Bomfim, presidente do Sintraf-Ride.
“Há vários problemas nas lotéricas que oferecem serviços bancários de maneira precária. Seus funcionários recebem muito menos do que os bancários para fazer as mesmas atividades, não recebem treinamento e as condições de trabalho e de segurança são mínimas. Um dos resultados dessa falta de responsabilidade dos bancos é a exposição da vida de funcionários, clientes e usuários que, sem nenhuma proteção, ficam à mercê de bandidos”, critica o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília e empregado da Caixa, Antonio Abdan.
Precarização dos serviços e riscos
Nesta segunda-feira (14), comerciantes que trabalham próximos da lotérica onde ocorreu a tentativa de assalto em Luziânia não abriram as postas em protesto contra a falta de segurança, que terminou com a morte do funcionário.
“A segurança nas instituições financeiras não é uma questão apenas pública. As empresas devem ser responsabilizadas e zelar pela segurança de seus funcionários, bancários e correspondentes, bem como a população que utiliza os serviços. Os bancos preocupam-se em reduzir custos e, assim, deixam a vida humana nas últimas instâncias de importância” critica o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo.
Mais segurança no Itaú
O corte de custos em segurança também chegou às agências de negócios do Itaú. Nesses locais, os vigilantes foram demitidos e não há portas giratórias detectoras de metais. Em protesto a insegurança, o Sindicato dos Bancários de Brasília apoiou a paralisação na agência de negócios do Itaú do Setor Comercial Sul, que está fechada desde o dia 9 de abril.
A agência permanecerá sem atendimento ao público até que o banco negocie melhorias em segurança para o local.
A insegurança desse atual modelo de trabalho no Itaú tem gerado o aumento da violência nesses locais sem vigilância, como o assalto que ocorreu na cidade paranaense de Londrina. Funcionários e clientes foram rendidos tiveram seus pertences levados por ladrões.
Fonte: Seeb Brasília