Itaú muda vale-combustível e patrocina a falta de condições de trabalho

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Publicado em Terça, 08 Julho 2014 14:24
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"Exigimos que o Itaú, que só pensa em reduzir custos, reavalie essa mudança para não precarizar ainda mais as condições de trabalho", afirmou a secretária de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Louraci Morais. A dirigente sindical é integrante da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú.

Falta de condições de trabalho

Retrocesso é o receio dos trabalhadores. Para uma gerente de empresas (EMP 4), a medida causa apreensão, já que não mais terá creditado o valor de R$ 250 mensais em cartão para gastos em postos de gasolina.

"Não passaram para a gente como será o reembolso. Antes, era feito o pagamento por quilômetros, mas não pagavam o integral do que a gente gastava. Pagavam só um pouco mais da metade da gasolina", lembra uma bancária que não quer se identificar.

"Teremos um trabalho enorme para justificar e preencher planilhas", diz a funcionária que reclama que todas as avarias, trocas de óleo e lavagem serão por conta própria, a partir da alteração. "Além disso, vão reembolsar só visitas, mas uso o meu carro para outros serviços para o banco. Por exemplo, levar documentos para o assessor, que fica em outra agência", relata.

Segundo representantes dos trabalhadores, gerentes afetados pelo fim do estacionamento mensal - os gerentes de relacionamento Uniclass e empresas - também estão revoltados porque muitas visitas são feitas sem agendamento prévio, sendo necessário trabalhar de carro todos os dias.

Redução de custos

Marta Soares ressalta: o Itaú implanta uma política de redução de custos que afeta diretamente os bancários, que já são obrigados a usar seus próprios automóveis, sem receber pela depreciação dos veículos.

"O Itaú quer cortar um valor que o funcionário usa para o trabalho, para dar lucro ao banco", reforça a dirigente sindical. "Como querem trabalho com demissões, uma política de metas abusivas e redução de custos? É preciso contratar e garantir condições mínimas para o funcionário desenvolver seu trabalho", declara

Ela aponta a contradição entre gastos publicitários e a meta de economia do presidente da instituição. "Reduzir custos é um desafio que ainda temos pela frente. Nossas expectativas para 2014 continuam audaciosas", afirma Roberto Setúbal, em material institucional.

"Melhores condições de trabalho: isso muda o jogo!", afirma a dirigente sindical ao lembrar o bordão usado pela instituição, que tem contrato com a CBF até a Copa de 2022.

Fonte: Seeb Brasília, com informações da Contraf-CUT e do Seeb São Paulo