CUTistas aumentam pressão na Câmara para derrubar PL 4330
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- Publicado em Sexta, 16 Agosto 2013 13:20
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A tentativa de impedir a entrada dos manifestantes da CUT na Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira (14), foi frágil diante da disposição de luta dos trabalhadores para barrar o PL 4330, do deputado Sandro Mabel (PMDB/GO). A reação foi rápida: as centenas de CUTistas ocuparam a Câmara, interromperam a reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e disseram por que vieram.
Apesar de a ocupação ter sido contestada por alguns parlamentares, vários deputados que compõem a CCJ, comissão onde tramita o PL 4330, aproveitaram a situação para anunciar posição contra o projeto.
“Nós somos contrários ao PL 4330 e vamos fazer de tudo para derrotar este projeto. Vamos usar de todos os instrumentos de obstrução se este projeto estiver na pauta para que ele não seja votado”, disse o deputado federal Luiz Couto (PT/PB).
O deputado Marcos Rogério, do PDT/RO, também anunciou seu voto contrário ao projeto e afirmou que toda a bancada do PDT tem a mesma avaliação. “No início, houve uma tentativa de acordo para se construir um texto que fosse favorável ao trabalhador e ao setor empresarial. Após isso, a bancada (do PDT) se reuniu e entendeu que o projeto como estava fragilizaria o serviço público e as garantias do trabalhador”, afirma.
“Sou a favor de um projeto que possa trazer à tona a discussão da precarização dos trabalhadores terceirizados no Brasil. Nós temos que fazer um trabalho para que essas pessoas tenham um trabalho digno”, avaliou a deputada federal Sandra Rosado (PSB/RN).
Invasão empresarial
Ainda no início da manhã desta quarta-feira, pessoas contratadas por federação empresarial foram à Câmara defender o PL que prejudica o trabalho e a vida de todos os trabalhadores do país. A cena patronal foi montada na tentativa frustrada de virar o jogo colocando os empresários como os defensores dos trabalhadores terceirizados.
“Nós não somos contra os trabalhadores terceirizados, somos contra os empresários que terceirizam trabalhadores sem qualquer garantia trabalhista, que precarizam as relações de trabalho e que defendem o PL 4330. Ao contrário, nós defendemos melhoria de condições a todos os trabalhadores”, afirma o dirigente da CUT Brasília, Julimar Roberto.
Mobilização: palavra de ordem
O secretário de Organização da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) , Miguel Pereira, alerta que o adiamento para a possível votação do PL 4330 para setembro não deve desmobilizar os militantes CUTistas. “Nós vamos precisar de muito mais força, de muito mais pressão, pois só assim vamos impedir que seja aprovado um projeto que é um retrocesso na história da classe trabalhadora”, afirma.
De acordo com Pereira, uma nova reunião da mesa com representação do governo, empresários, parlamento e trabalhadores está agendada para o dia 19, próxima segunda-feira, o que pode ou não antecipar a votação do PL 4330.
"Vamos apertar o cerco sobre os parlamentares da Comissão. Queremos enterrar o PL da escravidão logo, pois não há como emendar o que nasceu muito ruim", enfatiza Rodrigo Britto, presidente da CUT Brasília.
Fonte: CUT Brasília