Metade do Conselho do BRB reprova indicação de Abdon para presidir o banco

Dos seis votos no Conselho de Administração do BRB, apenas três foram a favor de Abdon Henrique, indicado pelo governador Agnelo Queiroz, para presidir o banco em lugar de Jaques Pena, que estava à frente de uma gestão de recuperação financeira e de imagem da instituição pública de Brasília. A votação ocorreu na última quarta-feira (21).

Foram dois votos contrários e uma abstenção justificada de Jaques Pena. Pela regra estatutária do Consad do BRB, o resultado permitiu, no limite de 3x2, a eleição do ex-chefe financeiro de campanha do governador Agnelo. Um resultado no mínimo preocupante, já que corrobora a falta de credibilidade nas credenciais do indicado Abdon Henrique.

A insegurança dos membros do Consad já havia sido demonstrada com a suspensão da reunião do dia último dia19, cuja única pauta era a avaliação e votação da indicação de Abdon Henrique para a terceira presidência do banco no mandato do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz.  Ficou patente a busca de elementos e documentação para um nível mínimo de currículo do indicado. A votação ocorrida dois dias depois demonstrou, contudo, pressa e atropelo no processo de debate e convencimento dos conselheiros sobre a qualificação e habilitação do indicado para o posto. Terá havido mais pressão e açodamento do governo do DF para bancar tal modo de aprovação?

O currículo não apropriado de Abdon para gerir uma instituição financeira, conforme é possível inferir da posição de metade do Consad, já era apontado como temerário por vários parlamentares e pelo movimento sindical desde o anúncio da intenção de troca na presidência do banco. Diante da importância e do patrimônio do BRB, é de se esperar que sejam conhecidos os detalhamentos para esse grau inédito de reserva e divisão dentro do órgão estatutário que deve zelar pelo lastro técnico-profissional dos diretores do banco.

A situação e os riscos devem ser considerados agora pelo Banco Central, órgão responsável pela avaliação técnica e homologação do nome de Abdon Henrique, observado o prazo de manifestação pública para eventuais protestos oriundos da sociedade e da cidadania.

O Sindicato dos Bancários de Brasília considera o resultado no Consad mais um fator relevante a atestar que a indicação não é apropriada para gerir o banco público, fundamental para o desenvolvimento regional. O Sindicato continuará atento e tomará as providências cabíveis ao seu alcance para assegurar a boa gestão institucional e o interesse público, bem como o dos bancários.

Fonte: Seeb Brasília