Após reivindicação, Caixa confirma o pagamento da segunda parcela da PLR em 1º de março

Diante da divulgação na terça-feira (19) do lucro de R$ 6,1 bilhões em 2012 da Caixa Econômica Federal – resultado 17,1% maior do que ano anterior e recorde histórico –, os Sindicatos reivindicaram na segunda rodada de negociação do ano realizada nesta quarta-feira (20) com os representantes da empresa a antecipação do pagamento da segunda parcela da Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Em resposta à solicitação dos dirigentes sindicais, a empresa confirmou o pagamento para 1º de março.

Durante a negociação, da qual participaram representantes da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), das federações, dos principais e da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), também foram discutidas uma possível reestruturação, a criação de regras para descomissionamentos, saúde e condições de trabalho, o Sistema de Automação de Produtos e Serviços de Agências (Sisag) e a abertura de agências sem contratação de novos empregados.

Sobre os descomissionamentos, os representantes dos empregados cobraram regras claras e objetivas e a não utilização exclusiva das metas como critério para avaliação dos comissionados. “O descomissionamento não pode ficar a critério exclusivamente do gestor, que retira a comissão de forma unilateral”, destaca Fabiana Uehara, diretora do Sindicato de Brasília e da Contraf-CUT ao observar que a Caixa não pode levar em consideração apenas a questão subjetiva.

A CEE/Caixa, órgão da Contraf-CUT que assessora as negociações com o banco, cobrou um estudo sobre o assunto. Em resposta, a Caixa se comprometeu em apresentar proposta para as regras até 31 de março, conforme prevê o acordo coletivo.

Reestruturação

Em relação a uma eventual reestruturação, os representantes da Caixa voltaram a negar as mudanças e afirmaram que apenas está sendo realizado estudo, por uma consultoria terceirizada, visando a reorganização de processos, mas negaram já estar em andamento qualquer medida nesse sentido.

Ao lembrar a reestruturação ocorrida em 2010, o coordenador da CEE/Caixa e vice-presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Jair Pedro Ferreira, reivindicou transparência num eventual processo para evitar clima de terrorismo. “Do jeito que está, gera pânico entre os empregados”, frisou, citando que na última reestruturação a Caixa publicou uma cartilha explicando as alterações. “A Caixa precisa ser transparente com seus trabalhadores”.

Deltas

Nesta quarta (20), os empregados da Caixa receberam os valores referentes à promoção por mérito que estabelece a distribuição de Deltas no Plano de Cargos e Salários (PCS).

 

Na negociação, a Caixa informou que mais de 80% dos 93 mil empregados conquistaram entre um e dois deltas, que representam mudanças de nível no PCS, sendo que cada delta equivale a 2,3% na tabela salarial da carreira administrativa. Apesar da importante conquista para a maioria dos empregados, 18,4% não obtiveram Delta. Os representantes dos empregados questionaram o percentual elevado de trabalhadores que ficaram sem a promoção. Ficou acertada uma reunião da comissão paritária para discutir o assunto entre 11 e 15 de março.

“Encaminharemos o problema à comissão paritária para averiguar o que houve. Exigimos que o processo seja aprimorado para que um número cada vez maior de empregados e empregadas seja contemplado”, afirma Fabiana Uehara.

Abertura de agências

Os representantes dos empregados voltaram a denunciar a abertura de agências sem o número suficiente de trabalhadores, o que gera sobrecarga dos bancários e aumenta as doenças relacionadas ao trabalho.

De acordo com os trabalhadores, a Lotação Autorizada de Pessoal (LAP) nas novas agências é de, em média, nove empregados. A CEE/Caixa frisou o déficit de pessoal em grande parte das agências que estão sendo inauguradas e cobrou a ampliação do número de empregados.

Os representantes dos empregados ainda cobraram da empresa uma solução para as agências que já estão funcionando com déficit de empregados. Com poucos empregados, essas unidades trabalham no limite de sua capacidade.

Em resposta às reclamações dos empregados, a Caixa afirmou que está redimensionando a estrutura das agências para melhorar o atendimento e as condições de trabalho.

A Caixa frisou que, considerando o esgotamento da reserva de vagas para possibilitar a continuidade do processo de abertura de agências, foram adotadas as seguintes medidas para as unidades de Matriz e Filiais: recolhimento das vagas sem provimento nos últimos 60 dias e recolhimento das vagas oriundas do PAA em curso. Essas vagas, de acordo com a empresa, serão destinadas à abertura de agências durante o ano de 2013.

Login único

No que diz respeito à adoção do login único, que já está sendo testado no Matriz II, em Brasília, a empresa manteve o compromisso de adotar o mecanismo em todo o país até 31 de agosto.

Sisag

Sobre a implantação do Sisag, que está em andamento em 226 unidades, o movimento sindical voltou a lembrar dos problemas enfrentados pelos empregados com o novo sistema, como é o caso da falta de suporte para ocorrências nos procedimentos experimentais.

A CEE/Caixa disse que não aceitará que os empregados sejam prejudicados por inconformidades do novo sistema. A Caixa informou que a expansão foi paralisada para aperfeiçoar o sistema, que está se estabilizando.

CPA 10

Durante a negociação, a Caixa afirmou que vai exigir que os assistentes de negócios obtenham a certificação CPA 10 até 31 de dezembro de 2013. Disse ainda que ressarce o valor de até R$ 500 nos cursos preparatórios. Sobre os gerentes que não obtiveram o CPA 10, a Caixa destacou que o trabalhador retomará a função na medida em que obtiver a certificação.

AE079

Os representantes dos trabalhadores informaram à Caixa que consideraram a alteração das regras sobre apuração de responsabilidade disciplinar e civil uma atitude autoritária da empresa. “Entendemos que a mudança no normativo AE079 é autoritária, uma vez que pode inibir o empregado de entrar com um eventual recurso, na medida em que a pena pode ser agravada”, critica Fabiana Uehara.

Fonte: Seeb Brasília

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