Se a gestão do BB não mudar, os bancários vão parar

 


Dando sequência à forte mobilização contra os desmandos da direção do BB, bancários de todo o país promovem nesta quarta-feira (20) um Dia Nacional de Luta. Os trabalhadores defendem uma correção de rumo na instituição financeira para que seus funcionários e o governo federal sigam ajudando o Brasil a crescer e a se desenvolver com crédito adequado e sustentável e com respeito ao corpo funcional e às leis vigentes.

 

Os principais problemas causados pela atual direção do BB, alvo dos protestos desta quarta-feira, são os seguintes:


BB da demissão imotivada


O governo Lula assumiu compromisso com o movimento sindical no início de 2003 de que não haveria mais demissões nas empresas públicas sem a legítima defesa dos trabalhadores concursados. A promessa foi cumprida até outubro de 2012. Desde então, a atual Gestão de Pessoas do BB voltou a demitir trabalhadores por ato de gestão, sem processos administrativos que garantam a ampla defesa do funcionário. Por tudo isso, pedimos interferência e gestão do governo e dos representantes do Congresso Nacional para a solução dos graves problemas apresentados no Banco do Brasil.


BB não cumpre jornada e gera passivo trabalhista gigantesco


O banco criou nos últimos anos grande passivo trabalhista por descumprir a jornada legal dos bancários. Depois de várias campanhas e ações na Justiça exigindo a 7ª e 8ª horas, o BB implantou unilateralmente em 2013 um Plano de Funções, desrespeitando até o MTE, que, em audiência de conciliação em dezembro de 2012, sugeriu que a empresa negociasse com a representação sindical, a exemplo de outras empresas públicas. Os sindicatos e os especialistas em direitos trabalhistas avaliam que o novo Plano de Funções trará aumento no passivo do banco ao invés de reduzi-lo. A revolta do funcionalismo ocorre em todos os locais de trabalho do país.


BB das reestruturações prejudiciais


À revelia do movimento sindical e dos trabalhadores, os processos de reestruturação no Banco do Brasil historicamente sempre trouxeram a reboque uma série de prejuízos, não só para os funcionários neles envolvidos diretamente, mas em muitos casos também para a economia local, em razão da transferência de departamentos inteiros para outros estados ou mesmo o fechamento de unidades.  


Essas reestruturações refletem uma política equivocada de gestão do BB que, além de tornar patente a desvalorização do funcionalismo, acaba por deixar de lado o papel primeiro da instituição, que é o de banco público e fomentador do desenvolvimento.


BB discrimina


Os bancários oriundos de bancos incorporados (BEP, Besc e Nossa Caixa) não têm direito ao plano de saúde (Cassi) e ao plano de previdência complementar (Previ). Trabalhadores do mesmo banco, sob o mesmo regulamento e trabalhando lado a lado, com direitos distintos.


BB não respeita o governo e tem prejuízos com terceirização


Mesmo depois de o governo federal implantar uma política nacional de desterceirização nas empresas públicas e autarquias, o Banco do Brasil desafia a diretriz e mente ao TCU, dizendo que não tem terceirização. No entanto, a interposição fraudulenta de mão de obra e outras formas de terceirização trazem constantemente prejuízos ao BB com condenações que chegam a centenas de milhares de reais.


A luta contra a precarização do trabalho também conta com o engajamento do Sindicato. A tercerização de trabalhadores dentro dos bancos gera insegurança para os clientes e usuários, já que muitos empregados exercem atividades sem a infraestrutura necessária e podem deixar expostas informações confidenciais importantes.


BB das condenações por assédio moral


O Banco do Brasil também é constantemente condenado na Justiça pela prática do assédio moral em várias regiões do país. O assédio moral é sistêmico na empresa, resultado das metas abusivas por vendas de produtos financeiros impostas unilateralmente pela cúpula e cumpridas pelos administradores nas agências e departamentos com emprego da violência organizacional.


Uso indevido do patrimônio dos funcionários na Previ


O Banco do Brasil vem nos últimos anos fazendo apropriações contábeis sobre compromissos com a Previ de forma temerosa. O banco aumenta com isso o resultado em seus balanços usando valores que não constam do balanço da Previ. Além disso, um dos motivos da temeridade de tal apropriação é o fato de uma parte substancial dos recursos estar relacionada às oscilações da Bolsa de Valores e do mercado de capitais.


BB descumpre lei que democratiza gestão


O governo Lula sancionou em 2010 a lei aprovada pelo Congresso (nº 12.353) determinando que as empresas públicas devem eleger para seus conselhos de administração um representante dos trabalhadores. Mas o BB vem descumprindo a lei há três anos.


BB desrespeita os concursados


O Sindicato dos Bancários de Brasília cobra a convocação dos funcionários aprovados no concurso do Banco do Brasil de 2012. Até o momento, só foram chamados 10% dos aprovados. Os trabalhadores querem agilidade no processo de convocação para melhorar as condições de trabalho nas agências.


A população também será beneficiada com as novas contratações no Banco do Brasil, já que mais funcionários trabalhando significará melhor atendimento, com pessoal qualificado.

Da Redação com Contraf-CUT

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