É greve! Bancários aprovam paralisação por tempo indeterminado!
Sob gritos de ‘greve, greve, greve’, os mais de 2 mil bancários e bancárias dos municípios da Ride (Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Entorno) e de Brasília aprovaram paralisação por tempo indeterminado. O movimento paredista – que começa nesta quinta-feira (19) – é uma resposta dos trabalhadores contra a intransigência da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que apresentou proposta de reajuste de 6,1% (reposição da inflação do período) durante rodada de negociação realizada no último dia 5, em São Paulo.
Soberana, a assembleia geral da categoria realizada no início da noite na praça do Cebolão no SBC, em Brasília, também rejeitou as propostas do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BRB. “É um insulto dos banqueiros a proposta de repor apenas a inflação. Os bancos são o setor que mais fatura na economia do país, explorando e desvalorizando a categoria e piorando os serviços para a população. Exigimos respeito”, diz Clever Bomfim, presidente do Sintraf-Ride. “Rejeitamos as propostas e aprovamos a greve por tempo indeterminado porque as instituições financeiras têm plenas condições de atender as reivindicações dos bancários”, afirmou o presidente do Sindicato de Brasília, Eduardo Araújo.
Os bancários da Ride e de Brasília não estão sozinhos nessa luta. A mesma decisão de parar foi tomada pelos trabalhadores do ramo financeiro de todo país, seguindo orientação do comando Nacional, coordenado pela Contraf-CUT. “A estratégia da campanha nacional unificada tem se mostrada acertada e arrancado conquistas na última década. É com essa força de pressão nacional que a categoria quer arrancar uma proposta decente dos banqueiros”, acrescenta Clever Bomfim.
A greve é de todos
A greve é o último recurso de que os trabalhadores lançam mão, depois de esgotadas as negociações, para ver seus direitos ampliados e respeitados. É um direito garantido por lei e a principal arma para conquistar melhores condições de trabalho e salário, contra patrões intransigentes e gananciosos.
Confira, abaixo, as principais reivindicações gerais dos bancários:
• Piso salarial de R$ 2.860,21;
• Reajuste salarial de 11,93%: 5% de aumento real, além da inflação projetada de 6,6%;
• Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês;
• Melhores condições de trabalho com o fim das metas abusivas e do assédio moral;
• Emprego: mais contratações, aumento da inclusão bancária;
• A aprovação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas;
• Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS): para todos os bancários;
• Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de trabalhadores afro-descendentes.
Fonte : Seeb Brasília