Contraf-CUT cobra do BB respeito às trabalhadoras e negociação sobre a Cassi



Foi retomado nesta terça-feira dia (24), em Brasília, o processo de negociação permanente entre o Banco do Brasil e a Contraf-CUT, assessorada pela Comissão de Empresa dos Funcionários.

Em pauta, o balanço dos compromissos firmados nos acordos coletivos, a apresentação do modelo de agências-escritório, com horário estendido até 22h e 24h, o novo modelo de CCP (Comissão de Conciliação Prévia) para funcionários desligados, a certificação de gestores, o Programa Trainee, a discussão sobre os 15 minutos das mulheres na hora extra e as reestruturações ainda em andamento nas Gecex/CSA, DIRAO/Gecor, Audit e Agências Setor Público.

O Banco do Brasil apresentou os compromissos de acordos firmados e cumpridos e os funcionários cobraram algumas pendências para correção, envolvendo as substituições no PSO e também no que se refere ao pagamento de vale-transporte em dinheiro. Nesta última, os representantes dos funcionários cobraram do banco um contato com as empresas fornecedoras de cartões de transporte, no sentido de facilitar aos funcionários as recargas e, ainda, que a instituição verifique a correção de valores nos casos das cidades onde existem tarifas diferenciadas e o crédito foi a menor.
 
Contratações, corte de dotação e movimentação de pessoal excedente

Os funcionários cobraram as contratações anunciadas e o número de funcionários excedentes, além de explicações sobre o corte de 3.000 dotações. O banco ficou de apresentar mais informações posteriormente, mas adiantou que, nos casos de excedentes sem vaga na mesma praça, não haverá pressão para remoção nem transferência compulsória.
 
Reestruturações

Os representantes dos funcionários das diversas federações cobraram pendências ainda existentes nas reestruturações das Gecex, Auditoria e o andamento daquelas nas agências Setor Público e Gecor, cujos dados serão apresentados posteriormente.
 
Intervalo de 15 minutos das mulheres antes das horas extras

A Comissão de Empresa cobrou solução sobre a questão dos 15 minutos de intervalo das mulheres antes de iniciar jornada extraordinária. A Contraf-CUT denunciou que, após alteração no ponto efetuada pela empresa no mês de janeiro, as mulheres que realizam horas extras estão tendo descontados em sua folha 15 minutos efetivos de trabalho, além de continuarem não gozando do intervalo de descanso previsto em lei. O passivo trabalhista, em vez de ser acabar, aumentou.

A Contraf-CUT reivindicou a inclusão do intervalo dentro da jornada extraordinária e que, até a resolução do problema, o banco pague a hora extra integral sem desconto dos 15 minutos desde o dia da implantação da medida. O banco sinalizou que vai alterar o ponto eletrônico das mulheres, criando o registro do intervalo.

Este assunto ainda será tema de discussões futuras, considerando o passivo trabalhista acumulado ao longo dos anos em que não foi observada a regra da lei.
 
Agência com horário estendido

O banco apresentou um piloto do modelo de agências-escritório que terão horário de atendimento remoto aos clientes de alta renda no horário de 7h até 24h.

A Comissão de Empresa fez diversos questionamentos, principalmente no que se refere à segurança das trabalhadoras e trabalhadores, a questão da jornada e, ainda, se o fato de ter horário tão estendido não levaria os clientes a fazer contato com os funcionários fora do horário de trabalho.

O banco esclareceu que os contatos serão remotos em plataformas corporativas, o que impede a realização fora do ponto eletrônico. Informou ainda que os gerentes de relacionamento deste modelo de atendimento não terão celular corporativo, já que foram desenvolvidos aplicativos exclusivos para o modelo.
 
Condições de trabalho

Os funcionários denunciaram que o sistema de triagens que está sendo exigido tem feito muitos gestores cobrarem dos caixas relatórios sobre por que atenderam clientes com transação abaixo de 800 reais. Na avaliação da Comissão de Empresa, essa medida é arbitrária e aumenta a pressão sobre os funcionários. O banco informou que não é orientação da empresa o preenchimento desses formulários e que vai emitir comunicado a respeito.
 
Programa Treinee e certificação de gestores

O banco também apresentou o programa de trainee e certificação de gestores. No primeiro, a Comissão de Empresa pediu alguns esclarecimentos quanto à necessidade de recrutamento fora do sistema TAO. O banco informou que foi com base no histórico de desligamento de bons profissionais com pouco tempo de empresa e que o programa é uma forma de retenção de talentos. A Comissão de Empresa avalia que o programa foi bem recebido pelos funcionários com até 5 anos de BB, mas cobrou uma flexibilização neste critério de tempo de casa. Também ficou bem claro que o número de pessoas inscritas no programa é muito pequeno, o que não impacta o modelo de concorrências internas.

Em relação à Certificação de Gestores, foi apresentado o Radar do Gestor que, entre outras coisas, verifica o desempenho nas áreas de gestão de pessoas, processos internos e cumprimento de metas (com maior peso), com a avaliação dos últimos cinco anos, medida nos dez semestres, com pesos diferenciados entre os semestres mais recentes e os mais antigos.

Foi apresentada uma regra em que a cada ano 95% dos gestores de cada segmento de agências terão cerificação para manter ou poder subir de nível de agências e os 5% menor avaliados obrigatoriamente mudarão para uma agência de nível inferior.

Embora o banco tenha afirmado que 5% é menor que o número atual de "downgrades" (rebaixamento de nível) entre os gestores,  a Comissão de Empresa solicitou dados mais detalhados ao banco.
 
Funcionários cobram negociação sobre a Cassi

Os representantes dos funcionários protocolaram ao banco ofício solicitando abertura imediata de negociações sobre a Cassi, uma vez que os assuntos sobre os problemas financeiros da Caixa de Assistência já têm sido tema nos jornais de grande circulação.

Este pedido de negociação sobre a Cassi já havia sido feito ao banco desde 3 de dezembro, sem a concretização de nenhuma reunião.
 
Devolução da parte patronal do Previ Futuro
 
A Comissão de Empresa também protocolou pedido de negociação específica com o banco sobre uma negociação acerca da devolução da parte patronal do Previ Futuro, tema integrante da nossa pauta de reivindicações deliberada nos congressos de funcionários do BB organizados pela Contraf-CUT .
 
Contraf se posiciona quanto ao processo de Juliana Donato

A Contraf-CUT através da Comissão de Empresa protocolou ofício ao banco solicitando o cancelamento da punição aplicada à Juliana Donato em processo envolvendo a atividade sindical e também pede que não seja feito nenhum impedimento à sua posse como Caref, para a qual foi eleita.
 
Proteção aos trabalhadores da Tecnologia, engenheiros, arquitetos, advogados

A Contraf-CUT cobrou a realização de reunião para debater estratégias de proteção para os bancários que estão sendo alvo de decisão judicial que determina o descomissionamento de trabalhadores que ocupam funções de analistas de sistema, advogados, engenheiros e arquitetos, consideradas pelo Ministério Público como funções de nível superior, que necessitariam de concurso específico. O BB ficou de confirmar data para a reunião sobre o tema com os sindicatos.

Avaliação

Esta primeira mesa de 2015 iniciou um novo formato, com a participação de dirigentes sindicais convidados de cada federação e novas mesas nesse formato serão realizadas.

Para o diretor do Sindicato Rafael Zanon, representante da Federação Centro Norte na Comissão de Empresa, "há falta de negociações, já que essa foi a primeira do ano, e essa mesa não conseguiu avançar nos temas que estão na ordem do dia, como o intervalo de 15 minutos para as mulheres, a sobrecarga de trabalho nas agências, Cassi, entre outros. Assim, solicitamos ao banco a realização urgente de novas negociações, com propostas concretas de solução para as questões apontadas”.

Continuação das negociações

A Contraf-CUT  solicitou ao banco uma nova reunião de negociação para os assuntos pendentes e permanentes, como as reestruturações e assuntos relacionados às condições de trabalho.

Novas mesas
 
Foram também solicitadas mesas de negociação sobre o processo do Ministério Público em relação aos cargos de nível superior e também uma mesa específica sobre processos administrativos e retomada da mesa sobre Gedip.

Fonte: Sindicato dos Bancários de Brasília e Contraf-CUT