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BB “culpa” administradores por atos antissindicais e se nega a rever arbitrariedades
Escalados para a difícil missão de explicar ao Ministério Público do Trabalho (MPT) por que os bancários do Banco do Brasil que participaram da greve deste ano estão sendo vítimas de retaliações, como o cancelamento de férias, abonos e licenças prêmio, os representantes da Diretoria Jurídica (Dijur), da Diretoria de Relacionamento com Funcionários (Diref) e da Diretoria Gestão de Pessoas (Dipes) culparam os próprios administradores da instituição financeira pelas práticas antissindicais. Após mais de três horas de audiência, realizada na segunda-feira (3) em Brasília, o BB não aceitou a proposta do MPT para rever suas práticas.
Mediada pela procuradora do Trabalho Paula de Ávila e Silva Porto Nunes, a reunião contou com a participação do Sindicato dos Bancários de Brasília, da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e de outras entidades sindicais. O objetivo foi para que o BB altere a Instrução Normativa 361, especificamente no item em que dá margem para tal alteração unilateral de afastamentos abonados (férias, abonos e licenças prêmio), ou que emita um informe esclarecendo que a prática está proibida.
“Após inúmeras tentativas da procuradora do Trabalho, o BB manteve-se intransigente, não aceitando qualquer acordo para rever parte do texto da IN 361. Apesar da postura do banco, continuaremos defendendo arduamente todos os trabalhadores da instituição financeira que foram vítimas das práticas antissindicais do banco”, afirma o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, que também é bancário do BB e participou da audiência no MPT.
O MPT deu prazo ao banco até a próxima segunda-feira (10) para analisar a situação e apresentar uma proposta que não prejudique os bancários grevistas.
Durante a audiência, chamou atenção as ‘pérolas’ lançadas pelos representantes da instituição financeira. “A culpa do cancelamento ilegal de férias é dos administradores”, disse o representante da Diref. Ele ainda afirmou que a reavaliação de férias foi direcionada para atingir os funcionários que têm horas a compensar, ou seja, os grevistas.
Também participaram da audiência no MPT representantes dos sindicatos de Campinas (SP), de Belo Horizonte, da Bahia, de São Paulo, de Santa Catarina e de Curitiba.
Vitórias, ações, protestos e arte
Além das ações na Justiça, das reuniões com integrantes do Executivo e do Legislativo e da série de atos que está realizando para denunciar e protestar contra a postura antissindical dos gestores do BB, o Sindicato também está enfrentando o terror com arte.
A entidade abriu espaço para os bancários para divulgar textos, charges, paródias, quadrinhos, poesias e literatura de cordel com críticas às práticas antissindicais do banco. Os nomes serão preservados para evitar novas retaliações e processos judiciais.
Os trabalhos serão publicados no site do Sindicato e/ou em edição especial do Espelho DF. Envie seu material para
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O Sindicato dos Bancários de Brasília e outras entidades sindicais também denunciaram o banco ao assessor especial da Secretaria-Geral da Presidência da República, José Lopes Feijóo, durante reunião ocorrida no dia 14 de novembro, em Brasília. Três documentos foram entregues para ele com denúncias de problemas graves de gestão no BB, entre elas as perseguições aos bancários grevistas.
No último dia 16, o Sindicato dos Bancários de Brasília obteve mais uma liminar na Justiça contra a decisão arbitrária do Banco do Brasil de cancelamento das férias e licenças prêmio dos funcionários que fizeram greve sob a alegação de assegurar a compensação dos dias parados. A liminar é válida para os bancários com férias iniciadas a partir do dia 19 de novembro.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília