Caixa recua e vai reiniciar debate sobre promoção por mérito
Após pressão dos representantes dos trabalhadores na comissão paritária que debate a sistemática de promoção por mérito para 2016, a Caixa Econômica Federal reviu a proposta que havia apresentado na reunião do último dia 28 de janeiro e aceitou fazer um novo debate a partir dos critérios utilizados em 2013. No entanto, o recuo do banco foi parcial, pois continua o impasse sobre a vinculação da promoção ao AV Caixa, um instrumento utilizado para aferir metas.
"A Caixa insiste em manter essa vinculação, e não vamos aceitar", protestou Genésio Cardoso, integrante da comissão. Na reunião ocorrida na quarta-feira(4), em Brasília, os interlocutores da empresa sugeriram substituir a avaliação de múltiplas fontes, um dos critérios de pontuação, pelo AV Caixa, posição criticada pelos representantes dos empregados.
"A avaliação de múltiplas fontes também precisa ser aperfeiçoada, mas permite que a categoria participe ativamente do processo", explica Genésio.
As representações dos trabalhadores argumentaram ainda que os critérios da promoção por mérito de 2013 foi fruto de debates durante quase sete anos, que não podem ser desconsiderados. O movimento dos empregados luta pelo aperfeiçoamento das regras.
Nessa quarta-feira, a Caixa entregou cópias de normativos e dados solicitados na reunião passada. Novas informações foram requisitadas e deverão ser repassadas antes do próximo encontro, agendado para o dia 24 de fevereiro.
Para Fabiana Matheus, coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco, o recuo parcial da Caixa é positivo, mas a expectativa dos trabalhadores é de que na próxima reunião a empresa reveja a posição de vincular as regras ao cumprimento de metas.
"Esses são métodos utilizados em bancos privados e que causam, entre outros problemas, o adoecimento no ambiente de trabalho", afirma Fabiana, que também é diretora de Administração e Finanças da Fenae.
No ano passado, a Caixa não realizou a avaliação por mérito. Na Campanha Nacional 2014, a categoria conquistou o pagamento de um delta por merecimento para todos os trabalhadores com no mínimo 180 dias de efetivo exercício e sem ocorrências restritivas. Outra importante conquista foi justamente a garantia de que a empresa vai realizar sistemática de promoção por mérito em 2015, com as consequentes promoções em 2016.
Fazem parte da comissão paritária representando os empregados: Elvira Ribeiro Madeira (Sindicato do Ceará), Genésio Cardoso (Fetec/PR), Leonardo dos Santos Quadros (Fetec/SP), Marcelo Lopes de Lima (Feeb/SP-MS), Vanessa Sobreira Pereira (Sindicato de Brasília) e Wandeir Souza Severo (Fetec/Centro-Norte).
Fonte: Contraf-CUT com Fenae
Fetec-CUT/CN: 25 anos de história, um legado para o futuro dos bancários
Palco de diversas atividades nesta semana, o foyer e o Teatro do Sindicato dos Bancários de Brasília se transformaram mais uma vez, na sexta-feira (30), num festivo cenário de comemoração dos 25 anos de lutas e conquistas da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).
O evento contou com o lançamento de um selo comemorativo; homenagem a todos os presidentes da Fetec, desde a sua fundação, em 1990; e a entrega de um relicário às pessoas que participaram da festa. Na cerimônia, além dos painéis com fotografias históricas da Federação, que chamaram a atenção de quem circulava pelo foyer, foi exibido um vídeo com a narrativa em imagens da trajetória da entidade.
A alegria pelas conquistas alcançadas foram o forte da cerimônia, marcada pelo discurso de várias autoridades, entre elas o presidente da Fetec, José Avelino Barreto Neto; os ex-presidentes da federação, Leoni Teresinha Phlippsen, Orency Francisco da Silva, Sônia Maria Rocha e Valfran Miguel dos Anjos; os presidentes Eduardo Araújo (Sindicato dos Bancários), Rodrigo Britto (CUT-DF), Carlos Cordeiro (Contraf/CUT); o secretário de organização da CUT Nacional, Jacy Afonso, e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).
De forma consensual, as manifestações da mesa reconheceram a unidade e a força da Fetec-CUT/CN, que reúne 13 entidades localizadas numa abrangente região: Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Acre, Roraima, DF, Pará e Amapá. Para reforçar esta unidade e em reconhecimento ao trabalho desenvolvido, além dos representantes das entidades que compõem a federação, prestigiaram representantes de diversas entidades sindicais.
Numa fala que exaltou a alegria de fazer parte da construção do sindicalismo brasileiro, a deputada Erika Kokay reconheceu o papel da federação. “A Fetec nasceu movida pela solidariedade de classe, cheia de anseios de liberdade, teimosia, apostando na construção de uma sociedade justa. É preciso ter respeito à Federação, pois aqui existe história. Uma história que não se vende e não se quebra”. A deputada também desejou vida longa à entidade na defesa da categoria bancária. “Sabemos da dor e da delícia de ser um trabalhador brasileiro. O que a vida nos exige é coragem. E coragem a Fetec tem”.
Patrimônio de lutas
À frente da Fetec desde 2011, José Avelino agradeceu ao Sindicato dos Bancários de Brasília por ceder o espaço para realizar o evento e destacou o seu apoio na fundação da Federação. “A Fetec chega aos seus 25 anos cada vez mais forte e unida pelos valores e compromissos forjados por esta diretoria e por todas que nos antecederam. Este é um momento de comemoração, de resgate da nossa história e de retomar a nossa agenda, que tem como próximo compromisso a eleição no Sindicato dos Bancários de Campo Grande”, registrou.
Para o fundador da entidade, Valfran Miguel dos Anjos, reconhecidamente a memória viva da federação, o clima é de festa. “A vida não tem sentido se não for assim. Neste clima, quero fazer uma revoada afetiva ao passado, quando estabelecemos princípios, visões e uma programação que produziu e produz muitos frutos. A história da Federação nasce do sonho dos trabalhadores”. Num outro enfoque, Valfran destacou a dificuldade da situação atual para o sindicalismo. “É um momento bastante delicado, que tem desafiado as organizações. Mas a Fetec, como uma semente de mostarda, cresceu e formou uma árvore frondosa com muitos sonhos. Essa característica faz a diferença, pois alimenta as nossas lutas futuras”, concluiu.
Orenci Francisco da Silva, presidente da Fetec por dois mandatos (de 1993 a 1999), se lembrou dos acontecimentos desde 1983, da força e do compartilhamento entre os companheiros de luta. “Temos que continuar contribuindo, com garra, não só para o crescimento da nossa entidade, mas para que outras lutas e ideais sobrevivam”, destacou.
Também presidente por dois mandatos (de 1999 a 2005), Leoni Teresinha Phlippsen resgatou os momentos difíceis da Fetec desde a realização do primeiro congresso da entidade. “A luta sindical passou por muitas dificuldades, de política a financeira. Isso influenciou bastante no dia a dia da Fetec, nos impedindo de participar mais intensamente dos movimentos dos bancários e sociais”. À geração nova de sindicalista, Leoni deixou um recado. “Meu conselho para quem está começando é que não é preciso seguir todos os passos e exemplos dos mais antigos. Vocês têm muito a contribuir com novas experiências e vivências”.
Sônia Maria Rocha, que também ficou na presidência da instituição por dois mandatos (de 2005 a 2011), disse que é preciso passar adiante esta história, que foi construída com muita disposição. “Matava-se um leão à unha todos os dias. Esta luta não acabou, por isso conclamo a todos, antigos e novos, para continuar a trabalhar e a ajudar a contar novas histórias de construção do nosso país”.
Legado para o futuro
Com tanta história lançada à mesa, o momento foi uma excelente oportunidade para vislumbrar o futuro. O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, que iniciou no movimento sindical como representante da Fetec na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, lembrou o papel fundamental que a Federação tem na vida da categoria bancária.
“No dia a dia, afogados pelas demandas, não percebemos o valor da Federação, que tem uma base regional imensa e poucos recursos para atender as demandas pelas quais é responsável. Precisamos resgatar sua importância e história, que é muito bonita. Devemos ter orgulho desta herança e desse patrimônio. É um legado insubstituível, fonte de vida e de inspiração, que deve ser trabalhado para as futuras gerações”, recomendou Araújo.
O presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto, falou do fortalecimento dos princípios dos trabalhadores e sindicalistas. “Acredito no nosso ideal. Tenho certeza de que podemos construir uma sociedade cada vez melhor”. Ele também destacou que a Fetec é marcada por sua capacidade de unir. “A Federação é uma luz no fim do túnel para resgatar os princípios da classe trabalhadora”, definiu Britto, que registrou a parceria entre a Fetec e a CUT-DF e homenageou a instituição com uma placa comemorativa.
Em uma alusão à luta contra a ditadura militar, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, disse que a noite foi de reflexão e de reconhecimento ao empenho de muitas pessoas, o que possibilitou a implantação dos movimentos sindicais e sociais. “A unidade da Federação foi forjada com muito diálogo e com base nos princípios da CUT. A Fetec nasceu com o objetivo de organizar a classe trabalhadora para construir uma sociedade justa, igualitária e fraterna, voltada para a eliminação da injustiça”. Cordeiro registrou, ainda, o trabalho do atual presidente: “A sola do sapato é a marca do Avelino, que tem coragem e ousadia para trabalhar pela construção e manutenção desta unidade. Valeu a pena lutar por vocês e com vocês”.
Ainda destacando a unidade da Fetec, o secretário de Organização da CUT Nacional, Jacy Afonso, disse que a classe sindical precisa ter cuidado e atenção para perceber as mudanças que estão acontecendo e trabalhar para que não haja acomodação diante dos acontecimentos. “Precisamos deixar a zona de conforto e sair para o enfrentamento. Se não for assim, colocaremos em risco nosso contrato coletivo nacional (de trabalho), conquistado a duras penas. Esse Jubileu de Prata é um momento histórico, não só de comemoração, mas um marco para iniciar a construção da história da categoria para os próximos 25 anos”, finalizou.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Brasília
Sintraf-Ride apoia Rafael Matos na eleição para o Caref do BB
Termina nesta sexta-feira (6) a eleição direta para representante do funcionalismo do Banco do Brasil ao Conselho de Administração da empresa (Caref).
O Sintraf-Ride apoia a reeleição de Rafael Vieira de Mato (matrícula F8369846), a exemplo da Contraf-CUT e da grande maioria das federações e dos sindicatos a ela filiados em todo o Brasil. Rafael já provou ter as melhores condições para levar até a alta direção do BB a voz do funcionalismo e defender no colegiado de decisões estratégicas do banco a visão dos funcionários.
Trata-se da segunda eleição para a instância máxima de deliberação do BB desde que a representação do funcionalismo no Conselho foi reinstaurada em 2010, no governo Lula, uma grande conquista do movimento sindical e dos trabalhadores.
São os seguintes os motivos pelos quais o Sindicato apoia a candidatura de Rafael Matos à reeleição:
- Candidato da grande maioria das entidades sindicais, tem atuado em parceria com elas para defender os interesses dos funcionários no Conselho de Administração.
- Votou no CA contra propostas de terceirização e contra o enfraquecimento do banco.
- Defende a contratação de mais funcionários.
- Luta contra o assédio moral, as metas abusivas e o impacto negativo das reestruturações.
- Defende o fortalecimento do BB como banco público a serviço do desenvolvimento, da geração de emprego e renda.
- Continuará lutando pela humanização das relações de trabalho, por mais respeito e valorização dos funcionários.
- Defende o orçamento participativo, pela definição de metas e acordos de trabalho com o envolvimento do funcionalismo.
- Luta pela igualdade de oportunidades, para que haja mais mulheres na direção do BB.
- O Conselho já tem representantes do governo e do banco demais. O Caref tem de se contrapor aos interesses da direção do banco.
Fonte: Sindicato dos Bancários de Brasília, com informações da Contraf-CUT
Contraf-CUT pede reunião com BB para tratar dos cargos de nível superior
Após a decisão do TRT de Brasília em ação do Ministério Público do Trabalho, que condenou o Banco do Brasil a realizar concurso público para os cargos de áreas específicas, a Contraf-CUT enviou ofício à direção do BB nesta quarta-feira 5 solicitando reunião para discutir o impacto para os funcionários a partir daquela decisão.
Veja aqui a carta da Contraf-CUT ao BB em pdf.
Ao julgar a ação civil pública de autoria do Ministério Público do Trabalho, a juíza Patrícia Soares de Barros considerou ilegais as seleções internas do Banco do Brasil que promovem escriturários de nível médio a cargos que exigem conhecimentos específicos de graduados. Pela decisão, a instituição financeira deve realizar concurso público para os cargos de áreas específicas, como advogado, engenheiro e arquiteto, por exemplo.
A magistrada sentenciou que o princípio da ampla acessibilidade aos cargos é quebrado, já que uma pessoa habilitada para um cargo de nível superior fica impedida de concorrer diretamente à vaga desejada.
A Contraf-CUT já foi procurada pela Associação dos Advogados do Banco do Brasil e convidará, além dela, a Associação dos Engenheiros e Arquitetos (AEABB), que também tem acompanhado o processo desde a sua instauração.
Para Wagner Nascimento, Coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, "embora a decisão seja de primeira instância e não tenha antecipação de tutela, é importante o banco abrir uma negociação com os representantes do funcionalismo para discutir os desdobramentos da ação. Alguns sindicatos já se manifestaram em ingressar como assistentes no processo, pois o nosso interesse proteger os funcionários de eventuais perdas de comissão e salários".
Em sua decisão, a juíza afirma ser "incontroverso que, no Banco do Brasil, profissionais que exercem trabalho privativo de detentores de nível superior, vem sendo selecionados internamente, dentre os escriturários de nível médio de carreira administrativa".
A sentença, que tem efeito retroativo a outubro de 1988, considerou ainda inconstitucional a ocupação dos atuais escriturários em funções de nível superior, e concedeu seis meses para que eles retornem a seus postos de origem.
O BB ainda terá de pagar R$ 5 milhões por dano moral coletivo.
Cabe recurso do banco.
Fonte: Contraf-CUT, com Sindicato dos Bancários de Brasília
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